quinta-feira, 13 de março de 2008

SERÁ JUSTO?

Sou filho de mãe professora e portanto habituado a conviver com o debate e a luta que os agentes educativos vêm travando ao longo das últimas 3 décadas.
Essa entrega da classe à luta é algo que devemos realçar como um facto muito positivo – Os Professores são e serão um pilar fundamental da nossa sociedade e a sua qualidade e profissionalismo servem como barómetro do grau de desenvolvimento do país.
Ao longo dos anos, os sucessivos governos foram resolvendo os problemas mais estruturais. Aqueles em que o papel do estado era decisivo e os Professores eram só espectadores interessados em ter as condições para desempenhar melhor o seu papel.
Entretanto, colocaram-se exigências também aos Professores no sentido de inverter os índices muito negativos de aprendizagem.
AQUI D’EL REY! Soou a rebate o grito de revolta.
Avaliar Professores? Os tais, únicos na função pública em Portugal, que ascendem na carreira por anos de serviço, independentemente do mérito?
Abrir a Escola à Comunidade? Confiando algumas funções de gestão a outros Profissionais bem preparados?
Acreditar nos Professores? Aceitando que uma parte (por sinal bem diminuta) da avaliação possa surgir das notas que os próprios dão aos seus Alunos (não pensando que as vão aldrabar para ter boa avaliação)?
Nada disso. Que injustiça! Essa coisa de não deixar que os nossos Alunos sejam ensinados por quem não está preparado, não se empenha ou não se actualiza.
Esperemos que nos valha agora a perseverança desta Ministra, em favor dos Professores, e contra a instrumentalização da FENPROF, quais instigadores de instabilidade.

AUTOR: Gonçalo Fonseca

1 comentário:

Migas (miguel araújo) disse...

Caro amigo
Como em tudo na vida e em todas as profissões, há coisas boas e más... há bons profissionais e responsáveis e há o contrário.
O erro é tomar o todo pela parte.
O problema do ensino não passa pela avaliação, nem me parece que esse seja o maior problema. Talvez a gota de água ou a bandeira reenvidicativa (e contestar não é exclusivo do sindicalismo - aliás este tem ido o subterfúgio do governo para demagogicamente não assumir as suas responsabilidades ou os seus erros. Há contestação social porque os cidadãos estão descontentes... a culpa recai nos sindicatos ou na manipulação mais à esquerda). Mas não é verdade... O descontentamento é geral e é muito mais alargado que isso. O problema é a falta de alternativas. Aí sim... estamos de acordo e conversados.
Mas voltando à educação, as reformas no ensno são desastrosas: a gestão escolar, a componente pedagógica, a desvalorização do papel do professor, o estatuto dos alunos, ...
Como vês a avaliação é de somenos importância.
Mas o que está em casa nesse processo não é o princípio, mas sim a forma e os procedimentos. No fundo os critérios.
Tema lguma lógica (para além de mero fundamentalismo estatístico) que critérios como o número de chumbos seja utiliado?
Já pensaste o que seriam dos magistrados e da nossa justiça (tantas vezes mal tratada) se um juíz fose avaliado pelo número de condenações ou absolvições?
Acredita... é muito urgente um debate sério sobre o ensino em Portugal.
E até vou mais longe... Ensino básico - secundário e suerior.
Um abraço amigo