quinta-feira, 3 de abril de 2008

PRESO POR TER CÃO…

A semana anterior ficou marcada pelo assinalável anúncio do deficit. Atingir a cifra de 2,6% quando há três anos atrás o deficit era de 6,1% é algo de muito positivo, olhe-se do ângulo que se quiser olhar.

Olhemos do lado do Português que anda há 3 anos a ouvir que todos os cortes no investimento, o congelamento de salários, o fim de determinadas regalias (injustas na sua maioria), se justificam pelo facto do seu país ter necessariamente que equilibrar as suas contas públicas. Esse Português percebe hoje, mesmo não concordando, que aquilo que alguém disse há três anos atrás se cumpriu.

Olhemos do lado do Português que desconfia sempre das promessas e das estratégias dos políticos. Esses que “andam lá só para o tacho”, “que são todos iguais”. Terá tido a mesma reacção quando ouviu falar na necessidade de baixar o deficit, quando ouviu o candidato do PS prometer que não aumentava os impostos e logo a seguir, o já primeiro-ministro aumentar os impostos com a justificação que, de outra forma, não era possível atingir os critérios de convergência. Afinal conseguiu-se.

Afinal, da mesma forma que aumentou os impostos, 2% de IVA, estava agora em condições de os devolver aos Portugueses. Não o fez na totalidade, é certo, porque ainda falta um ano para o final do mandato e o objectivo do controlo do deficit mantém-se.

Dirão alguns que anunciou agora esta baixa no IVA porque se aproximam eleições. Então o que deveria fazer? Baixar para ser justo com os seus compromissos e beneficiar-nos a todos ou recear o epíteto de eleitoralismo e guardar a iniciativa para daqui a 18 meses?

AUTOR: Gonçalo Fonseca

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